“A ti, ó Deus, entoarei novo cântico…” (Salmos 144:9).
Uma maneira de entender este versículo é que não se trata de uma canção para ser cantada em voz alta, mas de uma maneira de pensar e de viver que brota de um coração que canta louvores a Deus — algo que brota da compreensão e da confiança no completo e harmonioso governo de Deus sobre toda a Sua criação.
Essa amorosa e espiritual maneira de pensar e de viver traz cura para nossa vida e para a vida de outros. É o modo de vida que Cristo Jesus praticou e ensinou a seus seguidores. Ele disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37–39).
Os termos todo e toda indicam que Jesus nos conclamou a um comprometimento total de pensamento e ação para amar a Deus e ao próximo, cada pessoa em sua verdadeira identidade, como a imagem e semelhança espiritual de Deus, o Espírito. Isso requer empenho — precisamos estar alerta e em espírito de oração a todo momento, como Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência divina do Cristo, afirmou em sua Mensagem À Igreja Mãe para 1900: “A canção da Ciência Cristã é: ‘Trabalhar —trabalhar — trabalhar — vigiar e orar’ ” (p. 2).
Esse trabalho — essa canção — é um emprego de tempo integral. É o padrão que diariamente pauta nossos pensamentos e ações, onde quer que estejamos, e em qualquer atividade humana que estivermos desempenhando.
Trabalhar e orar dessa forma traz proteção e cura à nossa vida. Como disse Jesus: “…conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). É a abertura que deixa entrar a luz sanadora do Cristo, a Verdade, que pode ser vista e sentida por todos os que incluímos em nossos pensamentos e orações. Essa luz liberta do pecado (isso é algo que devemos aceitar), liberta da doença (algo que todos queremos) e, por fim, liberta da morte (vivendo a vida eterna que Deus nos deu).
A pergunta é: existe algum método indispensável para realizar esse trabalho? Sim, podemos seguir o exemplo de humildade deixado por Jesus. Ele disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma porque ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30).
O cenário humano, que diariamente enfrentamos, parece uma mistura de fatos bons e ruins — de realidade espiritual e irrealidade material. Apenas desejar que as coisas melhorem, ficar reclamando e murmurando, não muda nada. Tampouco é possível conseguir alguma coisa por meio da vontade humana.
Contudo, em qualquer circunstância podemos recorrer ao poder sanador e salvador do Cristo, à verdadeira compreensão de Deus. Podemos agir com humildade como Jesus fez, depositando toda a nossa confiança em Deus, e não em nós mesmos.
Eis o que precisamos fazer: com o estudo diário da Bíblia e de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, podemos alcançar uma compreensão espiritual cada vez mais profunda do Deus perfeito e do homem perfeito, o que inclui cada um de nós. Com esse entendimento podemos “vigiar e orar”. Podemos refutar consciente e constantemente a suposta realidade do mal apresentada pelos enganosos sentidos materiais e afirmar o poder sanador da Verdade e do Amor divinos, sempre presentes.
É muito reconfortante saber que confiar em Deus, e não na vontade humana, traz cura. Mas isso requer diligência!
Você já percebeu com que frequência pensamos nas coisas que queremos, em vez de confiar em Deus e procurar o que Ele quer? Precisamos ser honestos e reconhecer que cada um de nós precisa esforçar-se nesse sentido. Nosso objetivo deveria ser deixar a vontade humana de lado, prestar atenção com sinceridade à orientação de Deus e segui-la. Por experiência própria, sei que para alcançar esse objetivo é necessário examinar diariamente, com humildade, nossos motivos e propósitos, especialmente quando enfrentamos uma situação difícil, e alinhá-los com o que o Amor divino quer para nós.
Há alegria e cura nesse trabalho — nessa canção — que confia em Deus em vez de em nós mesmos.
Então, junte-se ao coro!